Acertar o passo com o outro pode demorar uma vida.
Dançamos vezes sem conta com parceiros cujo passo não acertamos, cujas pisadelas são constantes, cuja profundidade musical não ressoa connosco e cuja dança nos tira a liberdade, aperta e oprime, sem nada nos acrescentar.
Só quando conhecemos e aceitamos melhor a nossa dança, aprendemos a confiar em nós, a não ter medo de nos mostrarmos verdadeiramente, e deixamos de querer mudar o outro, passando a aceitar que é através deste outro que nós mesmas podemos mudar.
Aprendermos que danças queremos realmente dançar e quais aquelas que não mais nos fazem sentido.
Rejeitar pisadelas, pode ser um bom começo, para perceber que o amor não é suficiente para acertar o passo.
É preciso consciência, transparência, verdade, confiança e…um pulsar mútuo. Primeiramente, connosco mesmas.
Precisaremos nós de andar freneticamente à procura do “tal”?
Não será esta uma perigosa armadilha, para não lidarmos com aquilo que nos habita e com a solidão, que representa assim a ausência da nossa própria companhia?
Ao integrarmos diferentes partes de nós, sem delas fugir, estaremos mais aptas a deslizar pela imensa sala da vida, e sem que andemos à procura, um dia encontraremos alguém de verdade, que queira, e saiba dançar uma melódica, inspirada, e CONSCIENTE, DANÇA A DOIS.