Numa tarde de domingo (2011), após um almoço, em companhia pouco agradável, estava eu, a procura de algo que eu pudesse fixar meus olhos para não ver o quanto eu estava longe de mim mesma.
Olhei para uma pilha de revistas, e escolhi uma ao acaso. Não lia os textos, apenas fazia o exercício de folhear e observar as imagens. Chamou-me a atenção um texto intitulado como “O caminho do desapego”. Junto ao título a imagem de uma estrada. Em nota havia o nome “Grupo Entre Nós, Cristina Leal”. Rapidamente anotei o endereço num papel. Na terça-feira seguinte, lá estava eu, em Lisboa, à espera de saber quem era Cristina Leal.
Entrei na sala, e uma mulher (com uma trança) pergunta-me – Quem és tu? És amiga de alguém do grupo?
Em resposta – Sou a Meire. Vim até aqui porque li um título de um texto seu “O Caminho do desapego” e honestamente não li o texto, mas lembro da imagem.
Fui aceita no grupo e senti-me maravilhada com as partilhas de cada uma das pessoas. Um puro frenesi de existencialismo tomou conta de mim durante a sessão. Emoção, a qual permeia-me até hoje, certa de que naquela dia fui condenada à liberdade.