VARRER A VIDA

vassoura

Quando o calendário marca a chegada de um novo ano, é natural que as reflexões nos invadam.

O que ganhámos? O que perdemos? O que deixámos ir? O que ainda carregamos, mesmo sem querer? O que desejamos, mas ainda não alcançámos? Assim se tece uma rede de pensamentos sobre o que foi e o que poderá ser.

Mas, muitas vezes, esquecemo-nos de que as verdadeiras mudanças não acontecem no calendário adormecido na nossa secretária, mas sim dentro de nós. Algo precisa de terminar para que algo novo possa começar. Para isso, é essencial olhar com atenção para os recantos mais profundos de nós mesmos, onde, ao longo dos anos, fomos acumulando pequenos “lixos” que exigem coragem para serem varridos.

A varredura é um gesto ancestral, quase sagrado.

Lembro-me, por exemplo, de quando estive na Índia e observei frequentemente mulheres de cócoras, com pequenas vassouras, a cuidar das entradas das suas casas, zelando para que o lixo não se acumulasse.

De tempos a tempos, também a nossa vida precisa de ser varrida e arejada. É necessário deixar ir o pó que ficou preso nas nossas crenças e abrir espaço para novas memórias, numa casa interna mais limpa e pronta para o crescimento. De que serve varrer o lixo para debaixo do tapete, se mais cedo ou mais tarde teremos de o levantar?

Fica, então, a questão: o que precisas de varrer na, e da, tua vida?

Partilhar

Mais para explorar

VARRER A VIDA

Quando o calendário marca a chegada de um novo ano, é natural que as reflexões nos invadam. O que ganhámos? O que perdemos? O que

Leia Mais